Arte na Ilha dia 3: o fazer teatral e o paradoxo de Teseu

“No teatro, você não precisa ser quem você é, você pode ser outra pessoa!”, relata Arthur Coelho do 4º ano B, “na peça eu faço um personagem mau. Eu não vou começar a ser mau por isso. Mas isso também me ajuda porque eu vejo o que não fazer”. Esta grande descoberta trazida pelos atores mirins da Escola da Ilha nos dá pistas para entender: O que fica após os 3 dias intensos do Arte na Ilha?

Confira também as fotos e o vídeo do PRIMEIRO e SEGUNDO dia de atividades.

“Eu senti bastante”, diz o estudante Arthur De Melo Gianesini após voltar do palco “porque sempre fui uma pessoa muito certa e o Gênio é muito solto. Então foi bem diferente ser o Gênio ao invés de ser o Arthur”. O estudante do 9º ano, Arthur Silveira Homem, complementa, “quando você interpreta outro personagem e outras personalidades, você vai experimentando relações que te fazem se descobrir.”

Na Grécia, berço do teatro europeu, a mitologia conta que Teseu, após uma longa e intensa jornada, retorna ao porto de origem com seu barco, mas, devido aos múltiplos reparos, não possuía uma farpa do mesmo barco que partiu. O Arte na Ilha em 2023 ultrapassou dificuldades, medos e coragens, enquanto falava sobre questões sociais, criticava e zelava as memórias dos conteúdos estudados durante o ano.

Fazer isso através da arte anima os jovens a passar este conhecimento adiante, como expressa Gabriel França do 8º ano A: “Eu nunca pensei em fazer teatro, só fiz por causa da escola e, agora, é uma matéria que eu acho que devo seguir ano que vem”. Assim, Gabriel de alguma forma nos diz que o barco da 29ª edição do Arte na Ilha chega ao porto para, em 2024, partir em sua 30ª jornada.

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