“Quando a gente descobriu que seria uma turma mais velha pensamos: Nossa! É o terceiro ano! Mas também ficamos muito empolgados para aprender”. Rafaela Amorim Rios é estudante do 9 ano B e compõe a turma de Teatro da Escola da Ilha, que participou da 1ª edição do Sala de Aula em Cena! Mostra Skholé de Artes Cênicas na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
O objetivo da mostra, conforme a universidade, é “discutir as relações entre escola e universidade, com troca de saberes culturais e artísticos das criações e processos desenvolvidos”.
“Está sendo bem legal participar dessa mostra para transmitir o que a gente sabe”, relata Bernardo Gershenson Neto, “Além de ser muito legal conviver e falar com outras pessoas que a gente não conhece. Pessoas distantes até da nossa bolha social”.
“O teatro é um espaço imprescindível para que o estudante expresse as suas emoções, os seus anseios, medos… as suas realidades!”, explica Tefa Polidoro, professora colaboradora do Departamento de Artes Cênicas/ UDESC, “é uma arte coletiva, a gente precisa do outro para poder trabalhar. É um espaço onde o estudante pode se descobrir e repensar a própria realidade”.
Integram estas atividades os grupos de teatro escolar do 4º ano à 3 série do Ensino Médio da rede de ensino pública e privada. Os 9ºs anos da Escola da Ilha participaram ministrando e participando de aulas com os estudantes da Escola Maria da Glória, sediada em Biguaçu.
A turma vem produzindo neste ano uma série de peças radiofônicas, que você pode conferir neste link ou na miniatura abaixo da matéria. Este trabalho forneceu ferramentas para os alunos se tornarem professores durante o evento na universidade.
“O teatro dá uma liberdade”, comenta Sebastian, “porque é como se você pudesse ser de alguma forma, e em certas cenas, outra pessoa. Há outras situações em que você joga tudo para fora e pode ser você mesmo. Esta experiência para mim tá sendo muito muito massa, porque eu tenho muito interesse em Artes Cênicas”.
O grande educador Paulo Freire fala sobre uma educação libertadora em seu livro “Pedagogia do Oprimido”. No teatro, uma obra muito conhecida é “Teatro do Oprimido”, de Augusto Boal. Entre a pedagogia e o teatro, Tefa Polidoro conclui: “Eu gosto muito de uma frase de Augusto Boal, que diz, que talvez o teatro não seja revolução, mas com certeza é um ensaio para ela. Então, o teatro é onde a gente consegue inclusive perseverar… esperançar!”.
