SOS tartarugas: lições da Turma da Praia

O verão coincide com a época da desova das tartarugas marinhas. “De 100 tartarugas que nascem apenas 1 tartaruga sobrevive, e às vezes as pessoas que vão à praia acabam pisando nelas sem querer”, fala a estudante Heloiza Machado Follmann, de 6 anos. Os estudos da Turma da Praia levaram-na para conhecer o Projeto Tamar e aprender sobre a situação das tartarugas marinhas. As crianças do infantil 4 reforçam o alerta para a preservação com muito conhecimento a compartilhar.

Antes de tudo é preciso entender ao menos um pouco sobre o ciclo reprodutivo destas espécies. Erik Campos Lira conta o que aprendeu: “Elas cavam um buraco na areia com a nadadeira e põe os ovos. Depois, os filhotes quebram a casca do ovo e usam as nadadeiras para saírem todos juntos, é um trabalho em equipe. Animais como gaivotas, caranguejos, lagartos comem elas e poucas sobrevivem”.

O Projeto Tamar que possui uma sede na Barra da Lagoa trabalha com a preservação e educação ambiental ligada a estes animais. “Não pode jogar lixo no mar” fala Erik Campos Lira, Turma da Praia, “principalmente sacos de plástico. Elas podem comer achando que é alimento”. As tartarugas se alimentam principalmente de camarões, águas-vivas e algas, e acabam por confundir os rejeitos humanos que poluem os mares com alimentos.

Há duas opções quanto isso ocorre: ou elas comem e vomitam o alimento, ou acabam morrendo com complicações da ingestão. Martina Lisboa Salazar, que também foi a campo, explica o que devemos fazer quando encontramos uma tartaruga. “Temos que ligar para o projeto tamar. Se ela tiver ferida eles vão cuidar até ela ficar boa e depois devolvem ela para o mar”.

Heloiza alerta, “aqui [Florianópolis] não tem ovinho de tartaruga porque não é tão quente, mas em outros lugares tem que cuidar bastante, porque pode ter tartaruga recém nascida indo para o mar e eles [os turistas] podem pisar nela.”

Existem casos destes animais falecerem presas às redes artesanais, mas é a pesca industrial, a poluição dos oceanos e a degradação dos ambientes costeiros, que fazem as tartarugas marinhas estarem na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. Em 2022, conforme o site do Projeto Tamar, esta situação se encontra da seguinte maneira:

  • Tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea): “Criticamente em Perigo”;
  • Tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta): “Vulnerável”;
  • Tartaruga-oliva (Lepidochelys olivácea): “Vulnerável”;
  • Tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata): “Criticamente em Perigo”
  • Tartaruga-verde (Chelonia mydas): “Quase Ameaçada”

A Turma da Praia está fazendo a sua parte através da educação. No entanto, estes animais dependem de ações de conservação de toda a sociedade para poder encontrar uma condição ambiental que garanta a sobrevivência da espécie.

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