AULA A FANTASIA? 2ª série do EM revive semana de 22

Aula a fantasia? Pode. Porque, nem só de carteira, caneta e caderno é feito o dia a dia dos alunos da Escola da Ilha.

Caracterizados como os artistas da Semana de Arte Moderna de 1922, os alunos da 2ª série do E. M. apresentaram na aula de Literatura, do professor Robson Gomes da Silva, parte da biografia e do legado artístico deixado pelos ícones do modernismo brasileiro.

Idealizada pelo pintor Di Cavalcanti, a Semana de Arte Moderna de 1922 tinha como intuito revelar as novas tendências artísticas que já vigoravam na Europa por meio de um grupo de artistas plásticos e intelectuais reunidos no Teatro Municipal de São Paulo para apresentar recitais de música e poesia, palestras e danças, exposições de pintura, escultura e arquitetura.

Influenciados pelos movimentos vanguardistas europeus, como cubismo, dadaísmo, expressionismo, futurismo e surrealismo, os artistas brasileiros e alguns artistas estrangeiros residentes criaram novas concepções artísticas para a pintura, a escultura, a literatura e a música no país. Faziam parte deste movimento os escritores Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Manuel Bandeira, Guilherme de Almeida e Plínio Salgado, os artistas plásticos Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Di Cavalcanti, os músicos Heitor Villa-Lobos e Guiomar Novaes, entre outros.

“Estou muito satisfeito, pois os alunos se empenharam nessa releitura da Arte Moderna de 22. Além da ótima caracterização, eles foram muito criativos”, aponta o professor.

Tarsila do Amaral foi interpretada por duas alunas, Manoela Ramos e Giovana Jover. Essa última revelou: “Achei muito bom aprender sobre a pintora por meio dessa experiência, a gente acaba até assimilando melhor o conteúdo”.

O aluno Victor Carpes, que é músico desde pequeno, optou por apresentar-se como o compositor Villa-Lobos: “Amo muito música e de cara me interessei em tocar suas músicas no violão, apesar de serem difíceis. Ademais, foi muito interessante conhecer a história de um compositor brasileiro tão importante”. Augusto Milanezi também representou Villa-Lobos, já que, assim como Carpes, também é apaixonado por música.

Enquanto em alguns grupos os alunos caracterizaram-se com a vestimenta dos próprios artistas, como, por exemplo, o aluno Iudi Zurba, que se vestiu de Mário de Andrade, outros preferiram interpretar os personagens das obras, como o aluno João Pedro Godoy, que se apresentou como Macunaíma, personagem-ícone do livro de Mário de Andrade. O grupo do Di Cavalcante também se utilizou desse recurso, e enquanto os alunos Bruno Coelho e Nicolas interpretavam o pintor italiano, Carlo Carrito transfigurou-se na pintura em si.

A liberdade de criação dos alunos foi grande. O grupo da Anita Malfatti, interpretado pela aluna Carolina Girotto, além de contar sua biografia, também recordou o episódio em que ela e Monteiro Lobato tiveram uma desavença. Aliás, Lobato, interpretado por Gabriel Bassetti, estava caracterizado de pijama para explicitar o seu total desprezo pelas obras de Malfatti e de todos os representantes dos movimentos modernistas no Brasil.

Outro grupo dividiu a trajetória de Cassiano Ricardo Leite em quatro fases, e cada integrante do grupo discorreu sobre cada etapa da vida desse escritor.

Além dos ícones da arte brasileira moderna, teve também a apresentação da aluna Sofia Eller, que interpretou a primeira jornalista brasileira, atriz e diretora de teatro, Eugênia Álvaro Moreyra, que foi uma das precursoras do feminismo no país e uma das líderes da campanha sufragista. Eugênia possuía uma personalidade transgressora e anticonvencional que marcou a sua época.

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