O professor de literatura lançou o desafio, os alunos da 2ª série do Ensino Médio aceitaram: a tarefa de literatura sobre a Semana de Arte Moderna de 1922 seria uma representação dos fatos e dos personagens da semana que mudou profundamente a arte e a cultura brasileiras.
Com a palavra, os próprios alunos:
“A gente saiu da nossa zona de conforto, porque saímos da sala de aula, fizemos uma coisa diferente, tivemos que atuar. Não era um personagem de ficção, mas um personagem que existiu realmente. Tivemos que nos ater aos fatos reais, representar o que aquela pessoa realmente fez naquela semana.”
“Esse movimento do modernismo tinha essa ideia nacionalista, de recusar a arte pela arte que existia no simbolismo, das elites para as elites. Mas essa semana acabou sendo também muito elitista, porque os ingressos eram muito caros, era uma coisa muito exclusiva.”
“Apesar deles quererem fazer uma arte popular, eles eram da elite, a Tarsila do Amaral, que eu representei, era filha de cafeicultores, era extremamente rica.”
“Com o professor Robson, a gente fez uma avaliação do quanto a nossa literatura atual está bastante largada, o quanto seria legal ter de novo uma semana de arte moderna.”
“Foi interessante a gente contextualizar com a aula do Oto (História) e ver o quanto é importante a gente aprender com o nosso passado.”
“A semana de 22 foi 100 anos depois da independência e foi logo depois da primeira guerra, a Europa estava bombando. Eles tinham essa proposta de fazer uma identidade legitimamente brasileira.”
“Tem a ver também com a aula de sociologia, também. A gente estava aprendendo sobre cultura, o que é cultura, a cultura brasileira.”
“Eu representei o Monteiro Lobato. Ele era pré-modernista e foi completamente contra isso. Ele estava achando um absurdo discutir o que seria arte de verdade, achava que esse debate estava vindo da Europa. Ele era bem realista, queria retratar o sertão brasileiro. Ele achava que a cultura brasileira devia ser retratada como acontecia. Ele era bem clássico e, quando viu aquelas pinturas e esculturas com novas técnicas, achou que aquilo não era arte.”
“Foi interessante eles usarem o movimento da semana de arte moderna para representar a cultura brasileira, o que seria a arte brasileira, só que a todo o momento foi a elite trazendo ideias européias e divulgando arte de outros lugares para trazer para a cultura brasileira. A cultura brasileira mesmo, a cultura do Brasil não foi representada.”
“Eles quiseram fazer uma nova identidade brasileira, mas o povo brasileiro não conseguia entender aquela arte.”
“Como aconteceu na semana de arte moderna, toda vez que acabava uma apresentação, a gente vaiava, a gente jogava coisas. Era a elite que estava assistindo, chocou tanto, se sentiram tão ofendidos, que ninguém gostou.”
Resultado da experiência: os alunos querem outra tarefa do gênero.
Veja todas as fotos aqui.
O professor de literatura lançou o desafio, os alunos da 2ª série do Ensino Médio aceitaram: a tarefa de literatura sobre a Semana de Arte Moderna de 1922 seria uma representação dos fatos e dos personagens da semana que mudou profundamente a arte e a cultura brasileiras.
Com a palavra, os próprios alunos:
“A gente saiu da nossa zona de conforto, porque saímos da sala de aula, fizemos uma coisa diferente, tivemos que atuar. Não era um personagem de ficção, mas um personagem que existiu realmente. Tivemos que nos ater aos fatos reais, representar o que aquela pessoa realmente fez naquela semana.”
“Esse movimento do modernismo tinha essa ideia nacionalista, de recusar a arte pela arte que existia no simbolismo, das elites para as elites. Mas essa semana acabou sendo também muito elitista, porque os ingressos eram muito caros, era uma coisa muito exclusiva.”
“Apesar deles quererem fazer uma arte popular, eles eram da elite, a Tarsila do Amaral, que eu representei, era filha de cafeicultores, era extremamente rica.”
“Com o professor Robson, a gente fez uma avaliação do quanto a nossa literatura atual está bastante largada, o quanto seria legal ter de novo uma semana de arte moderna.”
“Foi interessante a gente contextualizar com a aula do Oto (História) e ver o quanto é importante a gente aprender com o nosso passado.”
“A semana de 22 foi 100 anos depois da independência e foi logo depois da primeira guerra, a Europa estava bombando. Eles tinham essa proposta de fazer uma identidade legitimamente brasileira.”
“Tem a ver também com a aula de sociologia, também. A gente estava aprendendo sobre cultura, o que é cultura, a cultura brasileira.”
“Eu representei o Monteiro Lobato. Ele era pré-modernista e foi completamente contra isso. Ele estava achando um absurdo discutir o que seria arte de verdade, achava que esse debate estava vindo da Europa. Ele era bem realista, queria retratar o sertão brasileiro. Ele achava que a cultura brasileira devia ser retratada como acontecia. Ele era bem clássico e, quando viu aquelas pinturas e esculturas com novas técnicas, achou que aquilo não era arte.”
“Foi interessante eles usarem o movimento da semana de arte moderna para representar a cultura brasileira, o que seria a arte brasileira, só que a todo o momento foi a elite trazendo ideias européias e divulgando arte de outros lugares para trazer para a cultura brasileira. A cultura brasileira mesmo, a cultura do Brasil não foi representada.”
“Eles quiseram fazer uma nova identidade brasileira, mas o povo brasileiro não conseguia entender aquela arte.”
“Como aconteceu na semana de arte moderna, toda vez que acabava uma apresentação, a gente vaiava, a gente jogava coisas. Era a elite que estava assistindo, chocou tanto, se sentiram tão ofendidos, que ninguém gostou.”
Resultado da experiência: os alunos querem outra tarefa do gênero.
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