Esporte e estudo: rugbymans da escola testemunham

Em três anos, o rugby saiu de 5 para mais de 150 atletas em Santa Catarina – muitos deles alunos da Escola da Ilha, em Florianópolis. O crescimento pós-pandemia, liderado pelo estudante e atleta da seleção brasileira Francisco Carvalho Da Ros, esbarra em um desafio comum: equilibrar os estudos e o esporte. Para isso, a Escola da Ilha tem sido um apoio importante, fornecendo flexibilidade e incentivo à prática esportiva.

Entre os novos atletas, Felipe Artigiani Garcia (3º EM) viu sua vida mudar com o esporte: “Era mais inseguro e tinha medo de me impor. Ainda não sou o melhor, mas já não é por medo. Era bem mais fechado. Com o tempo, comecei a me abrir, a ter mais certeza de quem eu sou”. A evolução, porém, exige disciplina: “Chegar em casa após o treino e ainda estudar para provas é o mais difícil”.

O equilíbrio entre esporte e educação é uma preocupação até para a Assistente Social da seleção, como relata Francisco da Ros: “É um esporte amador, hoje em dia nem um clube paga os atletas. Eles sempre lembram: ‘façam faculdade’. Ainda bem que eu consigo me planejar, então eu estudo quarta para a prova de sexta. Pretendo fazer faculdade para Educação Física ou Agronomia. Educação Física para poder seguir no esporte depois de parar de jogar, e agronomia porque eu gosto bastante”.

Felipe Artigiani Garcia: “Eu acho que seria muito legal colocar nas olimpíadas da Escola Poderia ser o ‘no touch rugby’, uma modalidade sem contato para não machucar. Eu levo mais no hobby. Porque quando a gente começa a levar mais a sério a coisa fica diferente, e eu já faço isso com a música. Era meu hobby e agora quero levar como trabalho. Eu toco violão. Eu quero entrar na faculdade, penso em Música na UDESC ou UNICAMP”.

A Escola da Ilha tem sido peça chave nesse processo, oferecendo flexibilidade acadêmica e até patrocínio. Em 2024, o time do clube Desterro – formado apenas por alunos da escola – conquistou o ouro estadual com uniformes bancados pela instituição. “Todo este apoio da escola foi muito importante. Inclusive já falei para meu irmão vir por causa disso. Eles são muito receptivos. Quando perco uma prova consigo fazer depois e os professores são muito compreensivos. Me deram opções e no ano passado não perdi nota por fazer o que amo”, destaca Francisco da Ros.

Outro esporte, mesma realidade

O mesmo acolhimento que impulsionou o rugby se repete em outros esportes. É o caso de Isadora Pacheco, skatista olímpica e ex-aluna da Escola da Ilha, que representou o Brasil em Paris em 2024. Em entrevista ao portal da escola, ela detalha como a flexibilidade pedagógica foi crucial para sua preparação:

“Um dos motivos de eu ter ficado todo esse tempo na Escola da Ilha é porque ela sempre foi muito compreensiva comigo”, conta a atleta olímpica. “Tinha a opção de viajar e depois recuperar todas as provas perdidas. Gosto muito de andar de skate, mas a escola sempre foi minha prioridade número 1.”

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