Os alunos da Escola da Ilha contribuíram para uma vitória dos EUA no Conselho de Segurança da ONU: o uso de drones nos conflitos armados não foi proibido.
Isto aconteceu na simulação do Conselho, realizada na IX edição do SIEM, dia 17 de abril. O evento, organizado pelo curso de Relações Internacionais da UFSC, simula reuniões de vários órgãos multilaterais, em particular a Assembléia Geral da ONU e seu Conselho de Segurança. A edição de 2019 bateu recorde de participação: mais de 1000 alunos inscritos, dentre eles 42 alunos da Escola da Ilha (mais de 1/3 dos Ensino Médio!), que se dividiram em 6 equipes, cada qual incumbida de representar um país em uma das reuniões simuladas. A novidade deste ano: a participação de alunos do 9º ano. Veja a galeria completa de fotos clicando aqui.
Foi um banho de geopolítica, um aprendizado de estratégia, planejamento, expressão, negociação… Para Michele Morais, professora de História que coordena os grupos da Escola, “os alunos se sentiram imensamente satisfeitos com sua participação, reconheceram suas falhas e se sentiram orgulhosos com seus êxitos. Eles são unânimes: esse evento é um dos mais importantes de suas trajetórias como estudantes”.
Laura de Oliveira Lucas, da 2ª série, escreveu: “vai ser um dia eternamente lembrado por mim. Eu participei (…) representando a Espanha na UE, posso não ter me pronunciado muito por ser um país neutro em nosso tema. Eu li o position para várias pessoas não tremi e nem senti vergonha o que é um avanço enorme pra mim! A gente vacilou um pouco em algumas coisas, mas para [uma] primeira vez, eu acho que a gente mandou muito bem. Eu aprendi muita coisa, a como lidar com situações que eu nunca tinha lidado antes, a ter mais empatia e noção sobre a necessidade de cada povo ou indivíduo em nosso mundo.”
No Conselho de Segurança da ONU, debateu-se a utilização de veículos aéreos não tripulados (drones) nas regiões de conflito. Uma de nossas equipe representou os EUA, que tem utilizado drones não apenas para observar, mas como ferramenta de apoio em ataques com mísseis e não tinha nenhum interesse na proibição desta prática.
Em todas as edições anteriores do SIEM, a representação dos EUA era assegurada pelos alunos do curso de relações internacionais da UFSC. Não foi fácil defender as posições do país presidido por Donald Trump, severamente atacado por suas posições e seus atos, sobretudo pela sua atual aversão aos mecanismos de negociação multilateral e a muitos dos acordos internacionais. A guerra no Iraque e a participação do país no conflito sírio, onde foram utilizados os drones, são temas candentes. Apesar das dificuldades enfrentadas no debate, a resolução final aprovada atendeu aos interesses americanos.
A Assembléia Geral da ONU debateu o conflito entre Israel e a Palestina, que se prolonga desde a criação do Estado de Israel, em 1948, pela mesma Assembléia. Com o bloqueio econômico dos territórios palestinos e o aumento das ocupações de territórios palestinos por israelenses, o conflito tem se acirrado. Além disso, teve grande repercussão o reforço do apoio a Israel decidido pelos Estados Unidos e pelo Brasil, que pretende imitar o tio Sam e mudar sua embaixada para Jerusalém. Na reunião, tivemos duas equipes, representando o Reino Unido – diretamente envolvido na questão, pois teve o controle da região entre as duas guerras – e Honduras. A resolução final, redigida pela África do Sul, teve participação decisiva do Reino Unido.
A reunião da Liga Árabe, na qual representamos o Egito, debateu o desenvolvimento da energia nuclear no Oriente Médio, tema sensível por envolver uma tecnologia também utilizada para armas de guerra. O projeto de resolução elaborado pelo Egito não foi considerado na votação final, mas suas propostas foram incorporadas como uma cláusula da resolução final.
No SOCHUM – Comitê das Nações Unidas para Assuntos Sociais e Humanitários, que debateu o casamento infantil, representamos a Argélia. Não se trata de um fenômeno restrito ao Oriente Médio. “O Brasil é o 4º país no ranking de casamentos infantis, em números absolutos. Trata-se, na verdade, de uma problemática de gênero, pois atinge, em particular as meninas” informaram os organizadores do evento no vídeo preparatório. Polarizada por um confronto entre Cuba e o Reino Unido, a reunião não conseguiu aprovar nenhuma resolução, o que revela a sensibilidade do tema.
O BREXIT e as fronteiras entre as Irlandas foi o tema da reunião da União Européia. Este é um dos temas mais delicados da saída do Reino Unido do tratado da União Européia. Nesta reunião, representamos a Espanha, que tem interesses complexos no tema. O movimento separatista na Catalunha coloca a Espanha diante de questões similares às enfrentadas pelo Reino Unido na Irlanda do Norte. A resolução defendida pela Espanha e seus aliados foi derrotada na votação final.
Dois fatos marcantes no evento: um minuto de silêncio na Assembléia Geral pelo incêndio da Notre-Dame e outro, sugerido pelos estudantes que representavam o Brasil (não falando em nome do país), em homenagem a Marielle, vereadora assassinada no Rio de Janeiro em 2018.
Os alunos da Escola da Ilha contribuíram para uma vitória dos EUA no Conselho de Segurança da ONU: o uso de drones nos conflitos armados não foi proibido.
Isto aconteceu na simulação do Conselho, realizada na IX edição do SIEM, dia 17 de abril. O evento, organizado pelo curso de Relações Internacionais da UFSC, simula reuniões de vários órgãos multilaterais, em particular a Assembléia Geral da ONU e seu Conselho de Segurança. A edição de 2019 bateu recorde de participação: mais de 1000 alunos inscritos, dentre eles 42 alunos da Escola da Ilha (mais de 1/3 dos Ensino Médio!), que se dividiram em 6 equipes, cada qual incumbida de representar um país em uma das reuniões simuladas. A novidade deste ano: a participação de alunos do 9º ano. Veja a galeria completa de fotos clicando aqui.
Foi um banho de geopolítica, um aprendizado de estratégia, planejamento, expressão, negociação… Para Michele Morais, professora de História que coordena os grupos da Escola, “os alunos se sentiram imensamente satisfeitos com sua participação, reconheceram suas falhas e se sentiram orgulhosos com seus êxitos. Eles são unânimes: esse evento é um dos mais importantes de suas trajetórias como estudantes”.
Laura de Oliveira Lucas, da 2ª série, escreveu: “vai ser um dia eternamente lembrado por mim. Eu participei (…) representando a Espanha na UE, posso não ter me pronunciado muito por ser um país neutro em nosso tema. Eu li o position para várias pessoas não tremi e nem senti vergonha o que é um avanço enorme pra mim! A gente vacilou um pouco em algumas coisas, mas para [uma] primeira vez, eu acho que a gente mandou muito bem. Eu aprendi muita coisa, a como lidar com situações que eu nunca tinha lidado antes, a ter mais empatia e noção sobre a necessidade de cada povo ou indivíduo em nosso mundo.”
No Conselho de Segurança da ONU, debateu-se a utilização de veículos aéreos não tripulados (drones) nas regiões de conflito. Uma de nossas equipe representou os EUA, que tem utilizado drones não apenas para observar, mas como ferramenta de apoio em ataques com mísseis e não tinha nenhum interesse na proibição desta prática.
Em todas as edições anteriores do SIEM, a representação dos EUA era assegurada pelos alunos do curso de relações internacionais da UFSC. Não foi fácil defender as posições do país presidido por Donald Trump, severamente atacado por suas posições e seus atos, sobretudo pela sua atual aversão aos mecanismos de negociação multilateral e a muitos dos acordos internacionais. A guerra no Iraque e a participação do país no conflito sírio, onde foram utilizados os drones, são temas candentes. Apesar das dificuldades enfrentadas no debate, a resolução final aprovada atendeu aos interesses americanos.
A Assembléia Geral da ONU debateu o conflito entre Israel e a Palestina, que se prolonga desde a criação do Estado de Israel, em 1948, pela mesma Assembléia. Com o bloqueio econômico dos territórios palestinos e o aumento das ocupações de territórios palestinos por israelenses, o conflito tem se acirrado. Além disso, teve grande repercussão o reforço do apoio a Israel decidido pelos Estados Unidos e pelo Brasil, que pretende imitar o tio Sam e mudar sua embaixada para Jerusalém. Na reunião, tivemos duas equipes, representando o Reino Unido – diretamente envolvido na questão, pois teve o controle da região entre as duas guerras – e Honduras. A resolução final, redigida pela África do Sul, teve participação decisiva do Reino Unido.
A reunião da Liga Árabe, na qual representamos o Egito, debateu o desenvolvimento da energia nuclear no Oriente Médio, tema sensível por envolver uma tecnologia também utilizada para armas de guerra. O projeto de resolução elaborado pelo Egito não foi considerado na votação final, mas suas propostas foram incorporadas como uma cláusula da resolução final.
No SOCHUM – Comitê das Nações Unidas para Assuntos Sociais e Humanitários, que debateu o casamento infantil, representamos a Argélia. Não se trata de um fenômeno restrito ao Oriente Médio. “O Brasil é o 4º país no ranking de casamentos infantis, em números absolutos. Trata-se, na verdade, de uma problemática de gênero, pois atinge, em particular as meninas” informaram os organizadores do evento no vídeo preparatório. Polarizada por um confronto entre Cuba e o Reino Unido, a reunião não conseguiu aprovar nenhuma resolução, o que revela a sensibilidade do tema.
O BREXIT e as fronteiras entre as Irlandas foi o tema da reunião da União Européia. Este é um dos temas mais delicados da saída do Reino Unido do tratado da União Européia. Nesta reunião, representamos a Espanha, que tem interesses complexos no tema. O movimento separatista na Catalunha coloca a Espanha diante de questões similares às enfrentadas pelo Reino Unido na Irlanda do Norte. A resolução defendida pela Espanha e seus aliados foi derrotada na votação final.
Dois fatos marcantes no evento: um minuto de silêncio na Assembléia Geral pelo incêndio da Notre-Dame e outro, sugerido pelos estudantes que representavam o Brasil (não falando em nome do país), em homenagem a Marielle, vereadora assassinada no Rio de Janeiro em 2018.