O MUNDO NAS MÃOS DOS ALUNOS: UMA SIMULAÇÃO QUE VALE MUITO

– Querem ter o mundo em suas mãos?
– QUEREMOS!
– Terão que estudar muito, além das 30 horas de aula, das provas e dos trabalhos… – Querem ter o mundo em suas mãos?
– QUEREMOS!

É o que responderam mais de 30 alunos do ensino médio da Escola da Ilha quando decidiram participar do SIEM – Simulação de Organizações Internacionais para alunos do Ensino Médio.

O evento, realizado pelo departamento de Relações Internacionais da UFSC, funciona assim: a organização do evento escolhe temas de atualidade que estão na pauta da ONU ou de outras organizações internacionais. Os alunos se dividem em grupos, cada qual “encarnando” um país. Durante dois meses, eles estudam os temas, a história do país que representam, suas posições sobre os temas em debate, suas alianças e seus conflitos. No dia do evento, simulam as reuniões das organizações para decidir sobre  temas. Para fazer valer a posição do país que representam, eles devem afiar os seus argumentos, usar seu poder de expressão e convencimento e, sobretudo, tecer alianças.

Em sua 8ª edição, o evento aconteceu no dia 15 de junho, no Centro de Cultura e Eventos da UFSC e contou com a participação de 900 secundaristas de 22 escolas catarinenses, públicas e particulares. Houve simulação de quatro reuniões internacionais. Na Assembléia Geral da ONU, que debateu a guerra civil na República Centro Africana, nossos alunos representaram Uganda, Senegal e Reino Unido. Na reunião da União Européia, que debateu  a independência – ou separatismo – da Catalunha, eles representaram também o Reino Unido, que está justamente saindo da UE. Na OEA, que teve como tema os aspectos políticos, econômicos e sociais na Venezuela, eles representaram, justamente, a Venezuela. No Conselho de Segurança da ONU, que debateu os testes balísticos na Coréia do Norte, nossos alunos representaram a Ucrânia.

Segundo Helena Cherem, da organização do projeto, “os jovens gostam muito do SIEM, cada ano se inscrevem novas escolas para participar do evento e, o melhor de tudo, chegam muito empolgados. Neste ano, foram privilegiados temas relacionados ao sul global, pois são temas pouco debatidos mundialmente”.

O aluno Martin Jeffe Montatori (1ª B) participou do grupo que representou a República Centro Africana, que defendeu o fim das guerras civis no país e denunciou o imperialismo norte-americano, que eles julgam responsável pelos acontecimentos. Ele explica: “A comunicação entre os países é bem complexa, pois é por meio de cartas formais escritas coletivamente, deste modo, a gente faz aliança com aqueles que têm ideias semelhantes às nossas”. 

Isadora Miranda (1ª B), que integrou o grupo da Venezuela, avaliou: “Grande parte da reunião não foi de encontro aos interesses venezuelanos, por isso foi muito importante o auxílio dos calouros de Relações Internacionais, Direito e Economia da UFSC. Eles foram fundamentais para aprofundarmos nossas argumentações e para romper com os preconceitos que a mídia cria em torno desse país latino-americano”.

Amadeo Spinello Neto, aluno da 2ª série, participou do grupo que defendia a separação da Catalunha na reunião da União Europeia: “Foi muito legal o evento. Até então eu tinha uma ideia já formada a favor da Catalunha, mas depois pude compreender o lado da Inglaterra, que representei, e principalmente os riscos de uma crise socioeconômica que os próprios catalães poderiam enfrentar com esta separaçãoO SIEM é um excelente meio para conhecer mais sobre as questões políticas nacionais e internacionais, inclusive interferindo nas nossas decisões políticas e eleitorais”.

“A ideia é que os alunos compreendam a fundo a origem dos conflitos atuais e reflitam sobre a pluralidade cultural das nações”, diz a professora de História Michele V. Morais.

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