Formando cidadãos
Os alunos do Ensino Médio já têm maturidade para se organizar de forma autônoma em seus estudos e começam a se preocupar com o vestibular, em particular com a disputa por uma vaga nas universidades públicas. Nosso trabalho procura, portanto, reforçar a autonomia dos alunos, a sua organização para os estudos e a sua capacidade de traçar rumos para suas vidas.
O trabalho pedagógico é desenvolvido, em parte, por projetos, a partir de saídas de estudo, de trabalhos de pesquisa individual e em grupo, de experimentações.
Mantemos presente nossa preocupação com a formação cultural, humana e pessoal dos alunos. As disciplinas de artes, filosofia, sociologia, línguas, ciências humanas, bem como a literatura têm o mesmo grau de importância que as disciplinas de exatas. Mais: elas são essenciais para as disciplinas de exatas ou da biologia, que contam com professores que tem a capacidade de contextualizar seus conteúdos na história, na geopolítica, na sociedade e na cultura.
Por outro lado, os alunos participam ativamente dos Encontrões Culturais e do Arte na Ilha, apresentando seus trabalhos e suas criações. Muitas vezes, trata-se de trabalhos coletivos, que exigem dos alunos capacidade de elaboração de projetos, de planejamento e execução de atividades coletivas, de escuta e observação dos colegas, de colaboração.
Essas habilidades são essenciais para a vida futura, para a convivência em sociedade. Muitas vezes, também, esses trabalhos são interdisciplinares ou exigem dos alunos a mobilização de conhecimentos de várias áreas e disciplinas.
Podemos citar alguns exemplos dos projetos de 2016, apresentados no Arte na Ilha. Uma das peças de teatro tratava da questão da pobreza e da gravidez na juventude. Além de estudar o teatro e suas linguagens propriamente ditos, os alunos escreveram os textos, discutiram os temas do trabalho doméstico, da pobreza, da gravidez na adolescência, do perfil e do trabalho da polícia ao tratar com as diferentes camadas sociais, o tabu das mães solteiras, o aborto na ilegalidade e seus riscos… Em outra peça, focada na era digital e nos lados positivo e negativo do mundo virtual, os alunos trataram de vários temas ligados às relações humanas na atualidade e a seus próprios hábitos e dificuldades.
Já os alunos de artes plásticas estudaram a arte urbana, refletiram sobre sua contribuição para a cultura atual, debateram sobre os espaços da Escola, elaboraram e negociaram um projeto de intervenção na Escola. Outro grupo trabalhou sobre a questão do lixo, com o qual fizeram arte e elementos de mobiliário – um sofá para descanso dos alunos – e jardinagem (floreiras suspensas). Ambos os projetos têm valor estético, mas estavam sobretudo voltados para a apropriação pelos alunos do espaço em que vivem, para a melhoria do ambiente escolar, para a incorporação nesse espaço de suas digitais e suas criações.
Outra atividade importante, nesse sentido, é a organização da formatura do terceirão. Ela depende da mobilização dos alunos, do debate sobre seu formato, do planejamento do evento, da organização de atividades de arrecadação de fundos, etc.
Além disso, no terceirão, os alunos têm atividades de orientação profissional, com palestras de profissionais de várias áreas e acesso ao programa de orientação profissional do LIOP – Laboratório de Informação e Orientação Profissional da UFSC .