FORMAÇÃO, AUTONOMIA E SOCIALIZAÇÃO

Não nos basta contribuir para a produção de conhecimentos. Buscamos, também, contribuir para o desenvolvimento pessoal e emocional dos alunos, que deve, ao longo do período de escolarização, adquirir autonomia e capacidade de viver e agir em sociedade.

Para isso, são essenciais as habilidades que dão autonomia aos alunos e os transformam em jovens atuantes.

Isso começa com o desenvolvimento da consciência corporal e da capacidade de fazer coisas sozinho, no início da infância – se levantar de um pequeno tombo, comer com talheres ou amarrar o seu sapato, por exemplo -, prossegue com a capacidade de se organizar para os estudos e se consolidada com a capacidade de analisar o seu contexto, de construir opiniões pessoais sobre as situações, de argumentar e de elaborar propostas e estratégias de ação, etc.

Essa capacidade de argumentação não é desenvolvida apenas nas aulas de filosofia ou de sociologia, muito pelo contrário. Ao exigir dos alunos que explicitem na prova os passos da resolução de um problema, o professor de matemática está contribuindo de forma decisiva para o desenvolvimento da capacidade de argumentação dos alunos.

O estudo das ciências exatas não se limita ao aprendizado de fórmulas e à absorção de informações técnicas, mas é sempre contextualizado na história, na geopolítica, no meio ambiente, na sociedade… Assim, os alunos podem desenvolver um projeto de produção literária sobre a história dos números ou sobre o humano no urbano, debater o perigo de conflitos nucelares no mar da China ao aprender os princípios atômicos, ou aplicar conhecimentos de física e química na produção de arte com garrafas pet recicladas.

Por essa razão, um dos critérios de contratação dos professores é a capacidade de contextualização dos conhecimentos específicos de sua disciplina e a habilidade de propor aos alunos trabalhos, projetos e atividades coletivas.

As habilidades voltadas para a socialização e a vida em sociedade são outro exemplo: conviver com pessoas diferentes, ouvir e respeitar o próximo, entender e adequar-se às regras de convivência estabelecidas, são habilidades importantes, tanto quanto a capacidade de estabelecer com os colegas de turma as regras de convivência, ou até de construir argumentos para poder questionar as regras estabelecidas.

Por essa razão, também, damos uma grande importância, desde a mais tenra idade, às discussões dos “combinados” (regras que devem ser respeitadas por todos), aos trabalhos em grupo, às apresentações do Encontrão e a todas as atividades que resultam no Arte na Ilha, evento interdisciplinar coletivo apresentado no final do ano, do qual participam todos os alunos da Escola.

Por fim, a criatividade é uma habilidade que buscamos desenvolver não apenas na área das artes. A elaboração de uma estratégia para a resolução de um exercício de matemática, a produção de um filme para apresentar o conteúdo de um livro de literatura, ou a construção de um protótipo de ponte de palitos de sorvete que suporte 180 kg são exemplos de desafios que contribuem neste sentido.

Assim, da reação da auxiliar de manutenção ao tombo do aluno de 2 anos à elaboração da prova pelo professor de elétrica no Ensino Médio, tudo na vida escolar é objeto de atenção, pois tem repercussões pedagógicas e pode contribuir para o desenvolvimento dos aluno.